Minha história com Selvagens não começou muito bem. Não fiquei muito interessada em assistir o filme quando ele estreou no cinema. Depois, quando aluguei na Blockbuster, ele ainda ficou mais ou menos um mês parado em casa, já que eu estava sem vontade (mascarada de “falta de tempo”) de assistir. Só nesse final de semana que resolvi criar coragem e dei play.

Primeiro de tudo, vou deixar um resumo bem porco sobre a história, mas bem porco mesmo, porque quanto menos você souber, melhor: Ben (Aaron Johnson <3), Chon (Taylor Kitsch) e Ophelia (Blake Lively) são um triângulo amoroso, vivem felizes, cheios da grana, bem confortáveis. Isso porque Chon e Ben plantam a melhor maconha do mundo, do tipo que traficantes da pesada (rs) matam pra ter acesso. O Cartel de Baja, galerinha sanguinária e bolada, quer fazer um acordo com eles, que recusam e, como consequência, Ophelia é sequestrada, deixando a dupla sem muita alternativa do que fazer.
A primeira vista, confesso que não botei muita fé na história. O filme segue a narrativa de Ophelia, sob alcunha de O, e talvez seja pelo fato de não conseguir levar a Blake Lively tão a sério assim (eu gosto dela, só pra deixar claro!!!) que me fez achar aquele texto pouco convincente. Como que eu ia engolir, em menos de dez minutos, que aquela relação maluca dava certo, e que aqueles molecões eram tão ~fodões~ pra estarem atrás deles?! A frase que ela lança logo no começo do filme, que deixa a dúvida se tudo acaba bem ou mal (“Só porque estou contando essa história não quer dizer que esteja viva no final” ou algo do tipo), também não me causou muito efeito. Mas tudo bem. Resolvi me revirar no sofá e continuar assistindo. Ainda bem.
Até eu que sou mais besta rs
Eu realmente não precisava botar fé logo de cara, porque ao longo
dessas quase 2 horas e meia de filme, eles me dariam tudo o que
precisava para entender o por quê de Ben e Chon serem muito mais que
dois molecões apaixonados pela mesma menina. Primeiro que eles tem todos
os contatos necessários para serem tão grandes e conseguirem levar seu
“negócio” para frente por tanto tempo. Os dois também tem uma bela
sintonia, ainda que sejam o completo oposto um do outro: Ben é
ambientalista e filantropo, enquanto Chon é um ex-mercenario e
ex-integrante da SEAL. Ben é completamente pacífico, enquanto Chon
prefere resolver as coisas no cacete. Diferentes e muito carismáticos.
Também vale comentar sobre Elena, chefe do Cartel de Baja (os
traficantes da pesada), interpretada pela Salma Hayek. Ela tem uma bela
postura de chefe, ameaçando quem tiver que ameaçar, dando ordens e sendo
muito eloquente, fosse sendo a mulher perigosa, fosse sendo a mulher
sofredora, carente de amor filial. Lado (Benicio Del Toro) assume o
papel de vilão do filme, pois ainda que não seja o cara mais importante
ou mais perigoso, é o personagem que te faz sentir mais ódio, nojo,
repúdia. Tentava encontrar um motivo para ele ser tão escroto, mas ele
simplesmente o é e ponto, o que me fez gostar – não dele, mas do fato de
não precisar ter um motivo. Aproveito ainda pra falar de coadjuvantes
como John Travolta, que está simplesmente ótimo como o agente
anti-drogas que é uma incógnita, e Emile Hirsch, o garoto inteligente e
super útil para a dupla principal.
Agora um parágrafo para Blake Lively e sua querida O. Lembra que eu disse que não botava muita fé na narrativa dela? Bem, eu terminei o filme ainda achando ela meio tosca, mas com a opinião completamente diferente sobre a personagem em si no filme. Apesar dela ser riquinha, visivelmente mimada e não estar aí pra muita coisa, criei uma grande afeição por ela, enquanto passa por toda essa situação terrível. Ela é muito esperta, muito eloquente, muito sincera e muito intensa. Por mais que pra mim seja inconcebível a idéia de um triângulo amoroso dar certo na vida real, eu consegui acreditar que ela amava aqueles dois da mesma forma, de verdade. E torci para que no final ela estivesse viva, sim.
Sou fodan queridinho
Esse texto já está muito grande,
então é melhor eu já finalizar. Selvagens, além de ser um ótimo filme,
com uma história muito bem desenvolvida, tem personagens cativantes, que
te fazem torcer para que dê tudo certo para eles no final. Eu confesso
que tive medo de verdade por diversas vezes. Me colocava no lugar dos
personagens e sofria. Melhor que muito filme de terror. Só achei mesmo
que ficou faltando uns dez minutos finais que fizessem jus aos três
personagens principais. No mais, fica aqui minha recomendação, meu quote
favorito e o trailer do filme:
“I looked up the definition of savage. It means cruel, crippled,
regressed back to a primal state of being. One day, maybe, we’ll be
back. For now, we live like savages… beautiful, savages.”