O FILME: Quem diria que a pessoa que iria ressussitar o gênero terror nas telas seria o grande diretor e produtor, Francis Ford Copolla, que desde que realizou o maravilhoso “Drácula de Bram Stocker”, produziu três longas do gênero, o decepcionante “Frankenstein de Mary Shelley”, o belo e divertido “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” de Tim Burton e este “Olhos Famintos”, filme modesto que fez relativo sucesso nas telas americanas, mas por aqui passou em brancas nuvens?
É de se aplaudir a tentativa de fazer um filme de “monstros” na época atual, em que o público é muito mais cético e exigente no que se refere às produções que assiste. “Olhos Famintos” não possui nada de mais em comparação aos seus semelhantes do passado e a história é puro clichê. Dois irmãos, em uma viagem, são perseguidos por um psicopata, que pode ou não ser uma criatura do além, e só. O grande problema do longa é que nada é explicado, muita coisa fica no ar, inclusive o final em aberto, o que indica uma vindoura continuação. Como não foi grande sucesso, apesar de seu pequeno orçamento, talvez esta demore para dar as caras.
Contudo, para os carentes apreciadores do gênero, é uma produção muito bem-vinda, e só a primeira metade do filme já justifica uma espiada, sem dúvida uma das melhores cenas do filme, além da bela Gina Philips e da boa direção de Salva, que já havia realizado um ótimo filme, chamado “Energia Pura”. Para um público que se encontra saturado de ver cobras, tubarões e aranhas assassinas, um filme bobo, mas bem realizado, de monstro, sempre é uma boa pedida. É só não levar nada a sério, desligar o cérebro e se divertir.
O DVD: Recentemente a Playarte se aliou à Buena Vista, Universal, Fox e Paramout e começou a trabalhar primeiramente com DVDs em Rental, vendidos apenas para as locadoras, o que é uma pena, pois muitos bons filmes, lançados pela empresa, ainda encontram-se inacessíveis para o consumidor final.
“Olhos Famintos” é um DVD obrigatório para os fãs de filmes de terror que colecionam filmes deste gênero. Sem dúvida, a grande crítica é sobre o formato de tela Standart, um sacrilégio em se tratando de um filme com boas imagens. Pelo menos é muito boa se comparada a de alguns outros filmes neste mesmo formato. O som está muito bom, ainda mais em cenas como a do cano e a da delegacia de polícia. Todos os menus são animados e musicados. Dentre os extras temos um fraco Making of de bastidores, com cerca de 12 minutos; um especial sobre o trabalho de maquiagem, com 8 minutos; Quatro entrevistas, com o Maquiador (3min30), com o ator Jonathan Breck, que interpreta o psicopata (4 min), com o jovem Justin Long (3 min) e com a bela Gina Philips (2min40).
Todas as entrevistas são interessantes e devem ser conferidas; não podia faltar o trailer de cinema, também presente. Todos os extras são legendados em português. Há ainda notas sobre a produção, a história, realizadores e elenco. Há ainda dicas de futuros lançamentos, que podem ser acessados já no menu principal. Faz falta um Making of melhor e uma faixa de comentário com o elenco e com o diretor, o que, em se tratando de um filme sem maiores explicações, seria muito interessante de se ouvir. Um DVD de qualidade mediana, mas que merece destaque por se tratar de um filme representante de um gênero quase em extinção.