O FILME: Talvez em razão da exposição de Renée Zellweger na mídia, com uma recente indicação ao Oscar e pelo grande sucesso de “O Diário de Bridget Jones”, a Universal está lançando este mês, com atraso, um dos melhores filmes independentes do ano 2000, “A Enfermeira Betty”, uma comédia que foge um pouco dos padrões Hollywoodianos (entenda-se comédias tolas e vazias), transformando-se em uma pérola para todos aqueles que apreciam um programa divertido e inteligente, com alguns momentos engraçados e outros, por sua vez, chocantes.
É um filme valorizado pelo ótimo elenco e por um roteiro brilhante. Betty é uma garçonete que leva uma vida sem sentido e sem maiores pretensões, além de ser casada com um sujeito da pior estirpe. Sua única alegria é assistir uma novela (uma mistura de E.R. com as novelas mexicanas), sendo admiradora do ator que interpreta um cirurgião na mesma. Quando ela presencia o brutal assassinato de seu marido, sofre um lapso de memória e acha ser uma antiga noiva do tal cirurgião fictício, e parte, de carro, pelas estradas americanas, com o objetivo de se encontrar com ele, além de ter os dois assassinos a perseguindo, pois dentro de seu carro há uma mercadoria misteriosa. Renée ganhou o Globo de Ouro no ano passado por este filme e, modéstia à parte, ela está muito melhor que em Bridget Jones, pelo qual foi equivocadamente indicada ao Oscar este ano.
Mas, como sempre, em se tratando de um filme que conta com a sorte de ter Morgan Freeman no elenco, ele é o grande destaque, fazendo um assassino frio e calculista, que acha tempo para reavaliar seus sentimentos quando descobre estar apaixonado por Betty, e que abrirá os olhos desta sobre sua vida. Definitivamente não é um filme para todos os gostos, ainda mais para aqueles que se chocam com cenas de extrema violência, mas para aqueles que abominam os produtos vindos da terra do cinema, vale a pena dar uma espiada neste filme, pois ele merece.
O DVD: Depois de conferir o DVD de Betty, é difícil não ficar furioso com a Universal, pois filmes com muito mais apelo comercial do que este foram lançados em versões medíocres e sem seus extras legendados. Betty não. Muito pelo contrário, trata-se de um DVD caprichado, com seus extras todos legendados (com exceção do trailer de cinema), incluindo até mesmo suas duas faixas de comentários em áudio. O menu é estático, retratando a capinha do disco. Som e imagem não merecem maiores atenções, mas só o fato de possuir formato de tela Widescreen já conta pontos.
Dentre os bons extras, temos as já citadas faixas de comentários – uma delas pertence exclusivamente ao elenco e a outra aos realizadores, que se conformam com o fato que a chocante cena do assassinato do marido de Betty deve ter prejudicado muito a aceitação do filme. Há ainda o trailer de cinema, cenas inéditas, algumas destas muito boas, como a cena no caminhão e a do tiro na cabeça, cortadas por serem muito pesadas.
O melhor extra é, sem dúvida, uma compilação de todos os episódios da tal novela que são exibidos no decorrer do filme (26 min). Apenas a cena de abertura da novela já consegue fazer com que aquele que assiste chore de tanto rir, com Kinnear fazendo uma expressão canastra da pior qualidade. Bom produto para ser conferido, e não esquente se não conseguir achar o filme engraçado. Com certeza os extras dos episódios da novela, por si só, já valem o valor da locação. É um DVD direcionado primeiramente apenas para locação, com previsão de relançamento após três meses de desembarcar nas locadoras.