Nesse sábado, decidimos assistir Em Transe, novo filme do Danny Boyle que estreou na última sexta-feira. Tava tudo dando certo: dia bonito, cinema sem fila, finalmente chegamos na hora certa (!!!), porém… todas as salas estavam com o ar-condicionado quebrado. Errr. Ficamos meio decepcionados, mas na hora surgiu um plano B: assistir Laranja Mecânica.
Na semana passada, o Cinesesc, aqui em São Paulo, trouxe com exclusividade a versão remasterizada de Laranja Mecânica para o cinema. Tentamos até assistir com o Tchoi Moi completo (sdds Érica) no sábado passado, mas os ingressos estavam esgotados, sniff sniff. Por sorte, dessa vez ainda tinha ingresso para a sessão da tarde. Chamamos nosso amigo Rafael Ricardo para assistir conosco, e fomos.

Primeiramente, um ctrl+v na sinopse: Laranja Mecânica é dirigido pelo Stanley Kubrick, baseado na obra homônima de Anthony Burgess. O filme conta a história de Alex Delarge (Malcolm McDowell), líder dos Drugues, grupo de jovens ingleses adeptos da ultraviolência, potencializada pelo leite com drogas do Korova’s Milk Bar. Amante de sexo, roubos e Beethoven, ele é preso após um dos ataques da gangue. Na prisão, é submetido a um tratamento psiquiátrico revolucionário, que promete fazer com que o impulso violento se torne repulsa, mas que tem lá suas controvérsias.
Confesso que eu não estava com muita vontade de ver esse filme mas resolvi dar uma chance, e não me arrependo de jeito nenhum.
Eu não estava com nenhuma expectativa e não sabia absolutamente nada da história. Só sabia que era um clássico e que todo mundo adorava e tinha camiseta desse filme RS.
Acabou que achei o filme sensacional. Mesmo. A direção foi o que mais me impressionou, pois tem várias cenas sensacionais e que me deixaram muito perplexo, e não sei nem explicar o porquê disso.
A história é muito boa, bem construída, tem ótimos atores e a trilha-sonora merece um destaque. Só músicas boas e que se encaixam muito bem nas cenas deixando tudo muito mais legal e interessante. Só não gostei muito do final, mas isso não muda muita coisa, pois o filme continua genial, anyway. Pra quem não viu, veja, pois vale muito a pena e com certeza ele não é considerado um clássico à toa.
Bom, eu assisti esse filme quando tinha 13 anos, na época que tinha o dicionário das gírias dele no orkut e adorava um filme polêmico. Não assistia há muitos anos, e juntando isso com o fato de ir à sessão com duas pessoas que nunca assistiram antes, acabei revendo-o como se fosse a primeira vez.
Primeiro que a realidade do filme é bem horrível. O que Alex e sua turminha fazem é contra qualquer princípio de gente direita: espancar, roubar, estuprar… Nada digno, né rs. Mas apesar de não concordar com nada disso, eu gosto muito do Alex. Ele é um perfeito anti-herói, faz tudo errado, é completamente errado, manipulador, egoísta, mas é extremamente carismático e isso basta pra você se interessar por ele. Sem contar que Alex é ruim simplesmente por ser, e eu gosto muito quando fazem personagens assim, quando não precisa de motivos que justifiquem a maldade dele. E nada justifica a maldade do Alex. Até ele sabe disso, e gosta de ser assim.
Também vale destacar a fotografia, que é muito boa, bem como a trilha sonora e todo o texto. Você até se perde com o tanto de palavras inventadas no começo, mas logo pega o significado delas. Também gosto do jeito teatral das atuações e falas, e as cenas… Bem, há várias cenas geniais no filme. A narrativa é bem lenta, até porque tem quase três horas de duração (!!!), mas aí é só levar em consideração que é um filme de 1971 (!!! de novo), e que a história é boa demais para se tornar maçante.
Veredicto: oito anos depois, continuo adorando Laranja Mecânica. Sabe aqueles filmes que você precisa ver ao menos uma vez na vida? Então, esse é um deles. Run, bro!