O FILME: Quem diria que a pessoa que iria ressussitar o gênero terror nas telas seria o grande diretor e produtor, Francis Ford Copolla, que desde que realizou o maravilhoso “Drácula de Bram Stocker”, produziu três longas do gênero, o decepcionante “Frankenstein de Mary Shelley”, o belo e divertido “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” de Tim Burton e este “Olhos Famintos”, filme modesto que fez relativo sucesso nas telas americanas, mas por aqui passou em brancas nuvens?
É de se aplaudir a tentativa de fazer um filme de “monstros” na época atual, em que o público é muito mais cético e exigente no que se refere às produções que assiste. “Olhos Famintos” não possui nada de mais em comparação aos seus semelhantes do passado e a história é puro clichê. Dois irmãos, em uma viagem, são perseguidos por um psicopata, que pode ou não ser uma criatura do além, e só. O grande problema do longa é que nada é explicado, muita coisa fica no ar, inclusive o final em aberto, o que indica uma vindoura continuação. Como não foi grande sucesso, apesar de seu pequeno orçamento, talvez esta demore para dar as caras.
Contudo, para os carentes apreciadores do gênero, é uma produção muito bem-vinda, e só a primeira metade do filme já justifica uma espiada, sem dúvida uma das melhores cenas do filme, além da bela Gina Philips e da boa direção de Salva, que já havia realizado um ótimo filme, chamado “Energia Pura”. Para um público que se encontra saturado de ver cobras, tubarões e aranhas assassinas, um filme bobo, mas bem realizado, de monstro, sempre é uma boa pedida. É só não levar nada a sério, desligar o cérebro e se divertir.
O DVD: Recentemente a Playarte se aliou à Buena Vista, Universal, Fox e Paramout e começou a trabalhar primeiramente com DVDs em Rental, vendidos apenas para as locadoras, o que é uma pena, pois muitos bons filmes, lançados pela empresa, ainda encontram-se inacessíveis para o consumidor final.
“Olhos Famintos” é um DVD obrigatório para os fãs de filmes de terror que colecionam filmes deste gênero. Sem dúvida, a grande crítica é sobre o formato de tela Standart, um sacrilégio em se tratando de um filme com boas imagens. Pelo menos é muito boa se comparada a de alguns outros filmes neste mesmo formato. O som está muito bom, ainda mais em cenas como a do cano e a da delegacia de polícia. Todos os menus são animados e musicados. Dentre os extras temos um fraco Making of de bastidores, com cerca de 12 minutos; um especial sobre o trabalho de maquiagem, com 8 minutos; Quatro entrevistas, com o Maquiador (3min30), com o ator Jonathan Breck, que interpreta o psicopata (4 min), com o jovem Justin Long (3 min) e com a bela Gina Philips (2min40).
Todas as entrevistas são interessantes e devem ser conferidas; não podia faltar o trailer de cinema, também presente. Todos os extras são legendados em português. Há ainda notas sobre a produção, a história, realizadores e elenco. Há ainda dicas de futuros lançamentos, que podem ser acessados já no menu principal. Faz falta um Making of melhor e uma faixa de comentário com o elenco e com o diretor, o que, em se tratando de um filme sem maiores explicações, seria muito interessante de se ouvir. Um DVD de qualidade mediana, mas que merece destaque por se tratar de um filme representante de um gênero quase em extinção.
Engana-se fortemente quem pensa que escrever uma aventura é tarefa fácil.
Na grande verdade? Escrever uma boa história com aventura e emoção vai demandar uma quantidade grande de cenários, situações e personagens diversificados e bem aproveitados.
Hoje em dia, pelo menos, existe um esforço considerável dentro dos romances épicos para conseguir transportar seus respectivos leitores para outra épocas, reinos e outras terras.
Felizmente, existe uma grande quantidade de livros de aventura disponíveis no mercado. Porém, grande parte deles desejam a desejar em alguns quesitos importantes na narrativa. Caso você realmente esteja interessado em escrever uma boa história de aventura, tente prestar atenção em todos os pontos que serão abordados neste artigo.
Como escrever um livro ou roteiro de cinema
Para começar, imagine que a imagem do herói e vilão é o principal ponto em todas as histórias de aventura.
Este tipo de romance vai exigir que o herói tenha alguns atributos gradativos durante sua jornada, tais como:
Nobreza (dependendo da história);
Inteligência;
Caráter (inicial ou construído);
Força.
Tudo isso vai significar que o herói necessita destas características, podendo ser alcançadas ou já iniciadas dependendo da narrativa. Para você conseguir aproximar todos os seus leitores, por exemplo, o herói vai precisar ter um tipo de ausência de alguma características.
– Ué, mas o personagem principal precisa ter deficiências?
CLARO QUE PRECISA!
Seu herói precisa ter defeitos, aproximando-o do “real”. Quer um exemplo? Vamos pegar uma obra que é utilizada até hoje entre os jovens de todas as idades: a Caverna do Dragão (Dungeons and Dragons).
Na história, existem alguns jovens que foram transportados para uma realidade/dimensão alternativa, tendo que lutar contra monstros e passar por diversas aventuras para conseguirem voltar para o mundo real.
Se todos os jovens fossem heróis perfeitos, por exemplo, não seria tão difícil. No entanto, todos eles possuem uma série de defeitos, resultando na união e aprendizado gradativo para conseguir superar todas as suas dificuldades. Tudo isso acaba unindo os leitores para a obra, gerando sempre mais interesse.
Nunca se esqueça que seu herói sempre vai precisar de um vilão para lutar. Com isso, seguindo o mesmo tipo de raciocínio, tente também estabelecer características para os seus vilões, aproximando-os ainda mais dos leitores. Pense que cada aventura vai exigir alguns cenários que sejam impactantes, gerando sempre desafios. Por conta disso, tente colocar um agrupamento de vilões para serem desenvolvidos gradativamente.
O que é Enredo e Estrutura?
Sua narrativa de aventura tanto para a leitura comum quanto para adaptação cinematográfica deverá ser sempre muito bem amarrada e isenta de furos.
Pense que, quando a jornada começar, seu herói deverá passar por diversos eventos que vão conduzi-lo para um agitado e empolgante final, devendo estar interlgado com eventos passados de alguma maneira. Além disso, deverá haver um tipo de lógica dentro dos seus acontecimentos junto a dramas que aumentem ainda mais as tensões atuais. Quer uma dica? Coloquem personagens tendo uma série de atitudes emocionais.
Quanto sua obra ainda está no período de construção da história, seus personagens deverão levar sempre em consideração os pontos mais racionais.
Considerando mais os livros que sejam mais focados em ações, é interessante desenvolver um esboço de estrutura que seja mais completa e que decorra durante algumas passagens. Para isso, definir uma sequência onde os heróis vão ter a ganhar e a perder torna-se essencial para guiar os eventos para algo ainda mais impactante. No entanto, evite criar situações de perigo onde prejudiquem, sem nenhum tipo de volta ou com possibilidade de furo, seu personagens principal. Não se esqueça que ele sempre deverá se livrar das situações da maneira mais plausível possível de acordo com a estrutura de mundo que criou para o mesmo.
Fuja sempre dos clichês
Sempre que você for escrever um livro, um roteiro ou qualquer outro tipo de ensejo que envolva a linha de aventura, é sempre muito importante não cair no problema de repetir diversos clichês que os livros, desde os tempos mais primórdios, acabam por cair. Muitas destas obras, por exemplo, já foram colocadas várias vezes em livros, cinemas e TV, dando bastante dor de cabeça para as pessoas que já não aguentavam mais estes projetos.
Tente sempre surpreender seus leitores na conclusão de algum capítulo, estimulando a curiosidade e atenção para tudo que ainda está por vir.
Você já se imaginou escrevendo um roteiro completo direcionado para a criação de um filme? Sei que parece coisa de outro mundo! Afinal, principalmente em Hollywood, os roteiristas demoram muito tempo para concluir qualquer ideia, além de serem sempre auxiliados por sua equipe. Porém, venho te dar a boa notícia: é muito menos complicado do que realmente é.
Um roteiro, também chamado simplesmente como script, é um tipo de guia com escritas encenadas. Cada uma dessas cenas deverá conter uma cena de acordo com a ideia do roteirista. Nesta fase, quanto mais detalhes o roteiro tiver, melhor será a execução da ideia.
Quer saber melhor sobre o que o roteirista faz exatamente? Basta ver o vídeo abaixo:
Entendeu? Para te ajudar ainda mais referênte ao entendimento e iniciação dos conceitos de roteiro, preparei este artigo com algumas dicas que vão te dar um horizonte incrível para começar a escrever seus próprios roteiros. Anotem aí:
Quais são as etapas que o roteiro deve seguir
Antes de continuar, tenha sempre em mente que não trata-se de um processo rápido.
Você já viu aqueles filmes ou desenhos onde um ator, interpretando um roteirista, ameaça diversas e diversas folhas até conseguir escrever algo que o agrade. Pois é, está é a vida de um roteirista.
Começar com um personagem em mente, por exemplo, é uma boa estratégia, mas você sempre deverá definir qual é a personalidade dele antes de mais nada. Dentro disso, procure imaginar quais seriam suas ações de acordo com determinadas situações. Dependendo como for, a história pode se formar a partir daí.
Trabalhando com a Master Scene
A Master Scene é um padrão utilizada atualmente por diversos roteiristas sendo, em premissa, um tipo de escrita destinada a roteirização.
Esta técnica é dividida por etapas, tais como:
Ideia
É aqui que seu roteiro vai ser início de acordo com uma idéia, fato, evento ou qualquer outro elemento que provoque a mente criativa do escritor;
Logline
Nesta etapa, sua etapa começa a ganhar alguma forma e você já pode definir como vai ser o seu protagonista baseado no conflito central da trama.
Você deverá apresentar o protagonista para a história, junto ao seu objetivo e seus claros obstáculos. É também aqui que seu personagem não deve apresentar um nome de fato, sendo preciso defini-lo somente em etapas posteriores.
Esta etapa é importante para sempre lembrar qual é a parte mais importante da história: a história, personalidade e conflitos do personagem principal (protagonista);
Storyline/Sinopse
Ela tem o objetivo de aprofundar a descrição do seu personagem de acordo com o conflito. No geral, pelo menos, os roteiristas colocam apenas cinco linhas para descrever, mas você pode passar disso se quiser, contanto que você consiga apresentar todo o conflito para desenvolvê-lo posteriormente.
Dentro da linha profissional, existe a consideração onde a diferença entre a sinopse e a storyline é colocada em pauta. Para alguns, a sinopse é uma versão ainda mais longa, enquanto a anterior é algo prévio;
Argumento central
O argumento poderá ser diversas páginas.
O que estou falando é, basicamente, o motivo no qual a história vai fazer sentido de acordo com o capítulo. É correto afirmar, por exemplo, que esta etapa é a base para o desenvolvimento de qualquer roteiro contendo ações, falas, pensamentos e objetivos de cada parte descrita.
A história do cinema no Brasil começa a muito mais tempo do que você imagina, até mesmo antes dos anos 90.
Falando mais precisamente, tudo começou em julho de 1896 após a primeira exibição de cinema no país, sendo na grande cidade do Rio de Janeiro. O filme escolhido foi dos irmãos Lumière, chamado de “Saída dos Trabalhadores da Fábrica Lumière”.
Dentro do mundo do cinema, não tem como não lembrar dos irmãos Lumiére dentro da criação do conceito e aplicação da obra.
Cinema brasileiro em ação
Sua origem foi, teoricamente, em 1887 após a exibição do primeiro filme em nosso país. Tudo isso foi possível graças ao esforço dos irmãos italianos Paschoal Affonso e Segredo, não existindo em momento algum de colocar seus objetivos em prática.
Estes dois foram os primeiros no Brasil a utilizar a sétima arte, sendo considerados os primeiros cineastas de todo nosso país. Eles até conseguiram gravar a Baía de Guanabara em 1898. Incrível, não é?
Logo no próximo ano, Segreto conseguiu realizar uma grande filmagem na cidade de São Paulo durante a celebração da unificação da Itália. Porém, foi somente depois que nossa querida cidade de São Paulo conseguiu ter a sua primeira sala de cinema oficializada no Brasil junto ao Italiano Vitor di Maio.
Logo de começo, alguns problemas foram surgindo gradativamente durante a produção do cinema em nosso país: um deles, por exemplo, foi a constante falta de eletricidade, sendo resolvida somente anos depois da implantação da Usina Ribeirão de Lages no Rio de Janeiro. Foi somente depois deste acontecimento que os números das salas conseguiram crescer muito dentro da cidade. Para você ter uma ideia, foram feitas mais de vinte salas de exibição.
Cenário de cinema no Brasil
Infelizmente, principalmente no Brasil, o cinema é um pouco subestimado.
Tudo que vem fora de Hollywood é visto com olhos tortos, uma vez que tais trabalhos não garantem a qualidade necessária para serem divulgados.
O Brasil tem ótimos filmes e, com toda a certeza, chegaremos no topo.
A aventura em clima cerimonial da transposição de Peter Jackson para O Senhor dos Anéis hoje me faz coçar a cabeça desconfiado. E acho até curioso que não apareceu nenhuma sátira contundente ao excesso de heroísmo e gestos grandiosos dos personagens, porque Jackson levantou respeitosamente a bola, e ninguém cortou como podia (que saudades da turma do Monty Python!).
Pois agora temos novas chances com “O Hobbit” e elas são maiores. Se havia um mérito na saga cinematográfica anterior é que se sentia o empenho, a paixão do ou tudo-ou-nada para garantir que finalmente a obra de Tolkien chegasse ao cinema. Aqui, nada disso: fica-nos a dúvida sobre se as considerações artísticas de fazer justiça ao Hobbit chegaram primeiro ou foram as considerações comerciais de assinar outro blockbuster de prestígio (coisa que, há dez anos, estava longe de ser garantida). A produção é caprichada e bem polida, mas já sabemos onde vamos e procuramos o sentido de diversão, numa narrativa que custa a desenrolar. Estão lá o velho Gandalf (um Ian Mckellen simpático até quando interpreta no piloto automático), o bondoso Bilbo Bolseiro (Martin Freeman se esforçando para garantir o carisma), e treze anões feios sujos e desajeitados, que podiam ser muito engraçados, mas são pouco. É verdade que o legado de Tolkien permitiria outra dimensão de espetáculo e diversão. E não menos verdade que, em breves momentos (em especial em torno do bizarro Gollum, o “boneco digital” fabricado a partir da composição de Andy Serkis), compreendemos que há, aqui, muitas potencialidades que ficam por explorar. Mas Jackson não consegue ir além. Percorre o caminho sem um rasgo, sem uma surpresa, sem qualquer efeito que marque a diferença.
Se o Django original de Sergio Corbucci parecia um anjo vingador com uma metralhadora giratória em punho e os olhos faiscantes de Franco Nero, o Django de Tarantino não tem nada de anjo, é um ex-escravo truculento (Jamie Fox) com um colt ponto 45 na mão e uma pontaria assombrosa. Adora atirar no baixo ventre dos branquelos. Veste roupas berrantes, óculos escuros e salta pro cavalo como se fosse ver um show do James Brown. Tarantino pouco se lixa para verossimilhanças e menos ainda para manter a tradição do gênero western.
Seu Velho Oeste é muito particular. Não tem índios em cena. Esses já foram dizimados na época em que acontece a história de Django Livre (1859, dois anos antes da Guerra Civil). Também não tem aquele clima mitológico, mesmo porque ninguém mais tem saco pra aguentar a versão de que os Estados Unidos foram uma nação construída em clima de epopéia. Nem xerife do bem. Tarantino já começa seu filme ridicularizando o homem da estrela no peito. O racista entra no saloon para expulsar o negro que se atreve a beber cerveja onde só é permitido brancos, e morre antes de dizer sua terceira fala. O temível barão de gado (Don Johnson) também se atreve, e Django o espinafra. Nada, aliás, é temível no filme, nem a ku klux kan bota panca. Parecem um bando de patetas, imcompetentes até na hora de fazer os furos nos sacos que cobrem a cabeça. Tem uma cena digna de Monty Python, o bando mal consegue perseguir Django porque não enxerga nada. Pradarias contemplativas então? Ah, isso ficava bem nos filmes do Sergio Leone, Tarantino se apressa nestas partes. O Velho Oeste neste Django é feio, sujo e livre. E a ironia: quem conta a história é um alemão pouco confiável. Lembra de Christoph Waltz, o general nazista de Bastardos Inglórios? É uma primazia de Tarantino colocá-lo em cena. É como se Waltz tivesse saltado daquele filme para esse e simplesmente tirado a farda. O alemão captura nossa atenção e nos convida para participar de uma aventura, como se ele fosse Virgilio e nos tivesse conduzido pelos círculos do inferno de Dante. Waltz exala a simpatia de um diabrete, falando de alta civilização e de lendas germânicas, mas sendo logo desmascarado pelo modo impiedosoa como mata e caça seus alvos. Quando Django vacila em matar um homem na frente do filho pequeno, o alemão lhe fala em negócios e clama para Django largar de frescura e matar logo o cara. Não há pistoleiros em cena, mas sim um desfile de sociopatas um mais imprevisível que o outro. Tarantino joga na sua coqueteleira todos os elementos do faroeste tradicional, bate com gelo e serve em copos sem açucar. E também sem medo de botar refugos, sem medo de brincar, ou fazer pastiche. Como o personagem de Jamie Fox, esse Django é realmente um filme livre de amarras. E também um dos mais divertidos do diretor. A habilidade de Tarantino funciona em perfeita sintonia com suas obsessões. Chega a mesclar trilha de western spaghetti, com hip hop e soul music para descobrir melodias que funcionem como contraponto para a ação que rola na tela. E cenas longas e estranhas que pulsam com um potencial de violência de perder o fôlego. A sequência final no lar do senhor de escravos vivido por Leonardo DiCaprio consegue ser ao mesmo tempo engraçada e chocante, pela forma brutal como os personagens derrapam no chão de sangue. Dizer que o filme é uma ode a vingança contra o racismo, tá evidente na ação. Não é o que verdadeiramente dá prazer em ver nesse Django. Tarantino nunca explora o significado profundo do mundo que mostra, mas sim o de como pode ser amoral e anárquica a vida dentro dele. E então convida o espectador a abrir os olhos pra viajar dentro de suas sangrentas pradarias.
A obsessão com que Kathryn Bigelow detalha a missão de caça a Osama Bin Laden chega a irritar neste A Hora Mais Escura (Zero Dark Thirty). Sua heroína – Maya (Jessica Chastain), a agente da CIA que não descansa enquanto não chega ao “fim da linha” – parece um míssil teleguiado, deixa pelo caminho tudo aquilo que não seja essencial ao seu objetivo: acompanhar o percurso que levou os serviços secretos americanos ao complexo de Abbottabad onde Osama bin Laden se escondia.
O filme gera a expectativa e ficamos na ponta da poltrona aprensivos e ao mesmo tempo maravilhados com a forma aguda como Bigelow investe no tema e endossa a autenticidade da sua recriação filmando inclusive em locais reais. A diretora, por sinal, se vale da moderna técnica do new journalism para esmiuçar os pormenores da investigação e da captura. Tudo é compilado, detalhado, e a atenção tem que ser redobrada para não perder um lance, afinal os personagens, muitos deles também inspirados em figuras reais, na maioria das vezes dizem uma coisa e fazem outra. O filme se abre a subtextos , mas eles nunca são esfregados na cara. Maya é fria e agressiva nos seus propósitos, porque num mundo de militares, coração e alma a colocariam em desvantagem. A primeira parte do filme tem sequências duras de tortura e num momento ousado vemos Barack Obama fazendo uma declaração na TV dizendo ser inadmissível a tortura em seu governo. Detalhe: os torturadores americanos da CIA assistem o pronunciamento silenciosos. Se existe algo que incomoda é a forma como Bigelow a certa altura puxa a sardinha pelos EUA. Quando os americanos começam a exagerar na tortura, ela dá sempre um jeito de encaixar uma cena de atentado para justificar a ação da CIA. Na contabilidade: são quatro cenas de tortura, pra seis de atentados. O terreno em que Bigelow é bamba é o da ação e quando chega a hora, a moça mostra que não está pra brincadeira. É fascinante como ela se deleita com a logística militar, com a movimentação organizada dos soldados, a formação de ataque dos helicópteros. Depois como alterna planos e ângulos, levando-nos a experimentar a sensação crescente de tensão, tateando quartos escuros apenas com visão de infra-vermelho. Tatear um perigo que não se vê, eis o grande terror que assombra a superpotência. Baixada a poeira, corpos ensanguentados no chão. A conclusão já é conhecida e aqui é mostrada com uma secura, que logo na saída me frustrou como espectador. Só depois me dei conta de que a frustração é calculada, provoca angústia, o vazio e ecoa sem solução por todos os lados.
Pronto! Já que os primeiros 15 filmes sobre vampiros não foram o suficiente, mais 15! São para todos os gostos, dos clássicos ao trash — mas que valem pela experiência! Veja o post!
1. DRÁCULA: A HISTÓRIA NUNCA CONTADADracula Untold (2014)
O mais recente filme do Drácula tem efeitos especiais de videogame! Só
vai sair no Brasil em outubro, mas já entra na lista de filmes de
vampiros pra ver antes de morrer (ou ser transformado!) porque parece
bom.
***
2. DRÁCULA 2000Dracula 2000 (2000)
Conheci Gerard Butler aqui! Bandidos, achando que vão ganhar uma
grana ao acessarem um “tesouro lacrado”, despertam Drácula, que vai
seduzindo e transformando o povo em vampiro enquanto busca por uma
descendente de Van Helsing. Que saudade de ter medo desse filme nas
madrugadas da Globo!
***
3. BLADEBlade (1998)
Uma das minhas franquias preferidas, só prestou até o segundo filme (no
terceiro começaram a cagar). Blade é um vampiro que pode andar no Sol,
meio humano, meio chupa-chupa. Em vez de debandar pro lado das trevas,
ele resolve caçar os maiorais pra manter o equilíbrio na cidade. O
estilo é foda, é inspirado no personagem da Marvel e a trilha sonora me conquista. Tenho os três e assisto sempre que dá.
***
4. STAKE LAND – ANOITECER VIOLENTOStake Land (2010)
O legal aqui é o cenário pós-apocalíptico depois de uma epidemia de
vampiros, onde uma seita de humanos aterroriza mais que os monstros,
trocando meninas por comida e coisas do tipo. Foca mais na sobrevivência
de um garoto que foi resgatado por um matador de vampiros e as pessoas
que eles encontram — e perdem — no caminho. Tem um forte apelo
dramático.
***
5. QUANDO CHEGA A ESCURIDÃONear Dark (1987)
Um dos melhores da lista, começa com o acaso: um caubói chama uma
forasteira pra sair. A garota é esquisita e, na hora de levá-la pra
casa, ela corre quando o Sol começa a nascer — sem deixar de mordê-lo. O
moleque pega fogo de dia e fica doente, aí que os “amigos” da garota,
uma gangue de roqueiros, raptam o cara para que passe pela
transformação. É maneiro por retratar com realidade um grupo de
imortais. É ruim porque existe cura (muito óbvia, até).
***
6. VAMPIRE HUNTER D – BLOODLUSTKyūketsuki Hantā Dī (2000)
A única animação da lista é essa, de qualidade mastodôntica. D. é um exterminador de vampiros (e vampiro) que cobra caro pelos
serviços. Quando contratado para recuperar a filha de um cara, que foi
sequestrada por outro filho das trevas, cruza com exterminadores para
chegar até o objetivo. Tem uma virada na trama muito maneira e é uma “continuação” do anime dos anos 80, Vampire Hunter D.
***
7. VAMPIROS DE JOHN CARPENTERJohn Carpenter’s Vampires (1998)
Tem a mesma vibe que Near Dark e narra aventuras de caçadores de
vampiros que precisam lidar com uma garota recém-mordida enquanto
enfrentam um monstro foderástico, que os persegue e destrói tudo.
***
8. VAMPIRASVamps (2012)
E se patricinhas virassem vampiras? Bem zoado, Vamps conta com Alicia Silverstone e Krysten Ritter como protagonistas de uma história morna. É pra rir mesmo, gente.
***
9. 30 DIAS DE NOITE30 Days of Night (2007)
Um dos melhores da lista, não poupa violência — afinal, imagine morar
num local onde não há sol por 30 dias! Um grupo de vampiros ferozes
planeja atacar essa vilazinha do Alasca e causar um banho de sangue. Se
cansou de vampirinhos fofos, esse é pra você.
***
10. FOME DE VIVERThe Hunger (1983)
De vibe gótica, conta a história de uma vampira que possui vários
amantes ao passar dos séculos. Só que cada amante, mesmo transformado,
morre de velhice após muito tempo. Buscando uma cura, o personagem interpretado por David Bowie esbarra com a personagem de Susan Sarandon que, por sua vez, chega à vampira viúva. Trilha sonora ótima, sutileza monstra e estética fiel aos vampiros.
***
11. O VAMPIRO DA NOITEHorror of Dracula (1958)
Um dos maiores clássicos dos vampiros não poderia ficar de fora. Faz
parte de uma série que fez sucesso depois desse primeiro filme, mas não
precisa ver tudo pra apreciar com gosto. A história é a mesma de sempre,
com destaque para a interpretação de Christopher Lee.
***
12. SOMBRAS DA NOITEDark Shadows (2012)
Não gostei quando saiu, mas vi de novo e apreciei a ótima ambientação e o sarcasmo do Tim Burton. Após partir o coração de uma bruxa (Eva Green ♥),
um cara é amaldiçoado e vira vampiro. Depois de muito tempo ele é
acordado e volta à “família”, que tá em decadência. Tentando levantar a
moral do próprio nome, precisa enfrentar o mundo dos negócios e a bruxa
que é tão imortal quanto ele.
***
13. O PEQUENO VAMPIROThe Little Vampire (2000)
Um menininho muito fofo se muda da Califórnia para a Escócia (eu acho),
só que tem dificuldade em fazer amigos. Quando faz, é com um vampirinho.
O filme é cuti-cuti, tem estilo legal e explora um lado meio AFamília Addams dos filhos da noite.
***
14. MATADORES DE VAMPIRAS LÉSBICASLesbian Vampire Killers (2009)
Traaaaaaaash! O título explica a sinopse e, pra você ter noção, não sai sangue das vampiras assassinadas. Sai esperma! É pra rir e sentir que perdeu uma hora e meia da vida depois de assistir — mas não teria como ignorar, teria?
***
15. A RAINHA DOS CONDENADOSQueen of The Damned (2002)
Baseado no livro de Anne Rice (a mesma de Entrevista com o Vampiro),
não é grande merda. A única coisa que gosto aqui são as roupas, a
androgenia do Vampiro Lestat e a atriz que faz a Rainha (que morreu de
verdade num acidente de avião). Com efeitos mais ou menos, a ambientação
pode agradar quem curte chupas-chupas.
Você pode pertencer ao pedaço da
civilização que nunca se apaixonou por vampiros (não só os que brilham),
mas é impossível negar o poder hipnótico desses imortais. Fiz listinha
com filmes imperdíveis sobre essas criaturas, e essa é só a primeira
parte!
***
1. ENTREVISTA COM O VAMPIROInterview With The Vampire (1994)
O filme conseguiu extrair boa parte dos encantos sobrenaturais do livro de Anne Rice e entorpecer no cinema. Brad Pitt, Tom Cruise e Kirsten Dunst
protagonizam um clássico dos filmes do gênero e mexer com nossas
cabeças: todo mundo gostaria de ser um vampiro, não importando o preço
ou as consequências disso. Apaixonável demais.
***
2. DRÁCULA DE BRAM STOKERBram Stoker’s Dracula (1992) Francis Ford Coppola, um dos maiores diretores do mundo, dirigiu a
adaptação do livro-bíblia que fez nascer todo o fervor ao redor dessas
criaturas sombrias que se alimentam de sangue e desejo. Gary Oldman (o Sirius Black!) interpreta o monstro e o elenco é composto por diamantes! Sério, você precisa ver!
*** 3. ASSASSINO DAS SOMBRASThe Black Water Vampire (2014) Um dos mais recentes, segue a onda found footage, aqueles filmes gravados com câmeras de mão (como em A Bruxa de Blair ou Atividade Paranormal). Um grupo de documentaristas vai investigar o caso de um homem que foi preso sem nenhuma prova concreta. As vítimas foram encontradas sem sangue e com uma marca bizarra na pele, além de uma mordida esquisita. Como é de se esperar, esse grupo começa a se foder, só que o final ainda guarda uma surpresa que, apesar de interessante, faz o filme perder um pouco da vibe. Mesmo assim, vale experimentar!
***
4. AMANTES ETERNOSOnly Lovers Left Alive (2013)
O que acontece quando o Loki e a Rainha Branca de Nárnia
se juntam? Vira filme de vampiro! Os dois formam um casal milenar que
precisa sobreviver às mudanças do tempo, se escondendo e vivendo o tédio
da imortalidade — e do próprio relacionamento! É um dos melhores filmes
que já vi retratando como seria a real rotina de pessoas que não podem morrer por meios naturais. Lindo e favoritado na primeira vez que assisti. A trilha sonora é monstra!
***
5. UM DRINK NO INFERNOFrom Dusk Till Dawn (1996)
Clássico produzido pelo mesmo diretor de Kill Bill, Quentin Tarantino, conta com ele mesmo atuando ao lado de George Clooney, dirigidos por Robert Rodriguez!
É trash e diferente, porque a temática vampírica só aparece bem depois
no enredo, que é permeado por acasos que encerram uma história criativa,
divertida e bizarra! Recentemente virou série de TV, mas não assisti
ainda.
*** 6. OS GAROTOS PERDIDOSThe Lost Boys (1987) Já falei do estilo deles aqui! Amo, amo, amo! É clássico do final dos anos 80, feito para adolescentes, só que muito mais legal do que tudo que é produzido para adolescentes hoje em dia. É must see imediato! Teve continuações, mas não prestam. Uma mãe e dois filhos se mudam para uma praia dos Estados Unidos após o divórcio. Tentando se adaptar ao novo ambiente, Michael, o mais velho, se enturma com uns motoqueiros que não envelhecem. Inspirou parte do meu primeiro livro, Os Hereges de Santa Cruz.
***
7. AS DONAS DA NOITEWir Sind Die Nacht (2010)
Outro filme maravilhoso mostrando a rotina de criaturas sobrenaturais e suas técnicas para matar o tédio! Apresenta um clã de vampiras (apenas vampiras)
e como o amor de uma dessas para com uma humana destruída pelas drogas
faz com que ela a transforme numa de suas discípulas. O problema é que
essa nova discípula, alvo do amor da maior vampira do clã, se apaixona
por um cara. Aí dá merda. A trilha sonora também é de matar e os enlaces
são deliciosos!
***
8. DEIXE ELA ENTRARLåt den rätte komma in (2008)
Baseado no livro de John Ajvide Lindqvist, é uma obra de arte!
Conta a história de um moleque oprimido que faz amizade com um
vampirinho secular. A temática é dark, densa, mas tem nuances doces.
Também é polêmico porque apesar de ter sido traduzido como Deixe Ela Entrar,
Eli, o vampiro, era um menino castrado. Basicamente, os dois se
conectam por questões muito além da carne: são crianças achando abrigo
um no outro. Teve refilmagem americana, mas só recomendo esse.
*** 9. A HORA DO ESPANTOFright Night (1985) Oitentista, ganhou continuação e remake. Gostei do remake também, dentro do possível. É uma comédia divertida e nojentinha, com momentos legais e cara de Sessão da Tarde. A história do filme é: e se um vampiro se mudasse para a casa ao lado da sua e ninguém acreditasse nisso? Pois bem, não pode ficar fora da lista!
***
10. A SOMBRA DO VAMPIROShadow of The Vampire (2000)
Pra gravar uma adaptação de Drácula, um diretor chama o que parece ser um vampiro de verdade para atuar. O pagamento para esse tal vampiro é o pescoço da atriz, mas ninguém o leva a sério a ponto de achar que ele realmente vai querer algo assim como cachê. Quem é esse cara que vive numa caverna e come cabeças de morcego? No elenco tem John Malkovich e Willem Dafoe (que tá ótimo) e é baseado numa história real — será?
***
11. NOSFERATU – O VAMPIRO DA NOITENosferatu: Phantom der Nacht (1979)
Não é o primeiro filme Nosferatu do cinema, mas é um antiguinho e, de todos os
filmes de vampiro, é o único que me meteu medo. Também é meu preferido,
porque é uma obra-prima incalculável, com cenas longas, de poucos
cortes ou efeitos especiais. Seria legal assisti-lo depois de ver A Sombra do Vampiro. Esse é preciosidade, especialmente se assistir em 1080p.
*** 12. BYZANTIUMByzantium (2012) Já falei desse ótimo filme aqui, dos mesmos criadores de Entrevista com o Vampiro. Uma mulher e sua filha caçam um lugar onde possam viver tranquilamento há mais de 200 anos. Nesses séculos, a gente acompanha a sensação de não pertencer a um mundo que não era bom antes e que pouco melhorou. Vemos duas criaturas, mulheres, buscarem paz. Obrigatório.
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13. A SEDUÇÃO DO MALEmbrace of the Vampire (2013)
Não é o melhor filme do mundo, mas o lado sexual grita nesse. Fala de
uma menina puritana (e chata) que é tentada por desejos esquisitos
envolvendo trevas milenares numa faculdade. Aos poucos, além do fogo na
pepeca pra provar o contato da carne humana, ela passa a ter desejo por
sangue. Aí a história fica meio maluca, mas vale assistir.
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14. ANJOS DA NOITEUnderworld (2003)
A franquia milionária trouxe o lado gótico dos vampiros num mergulho de
alta tecnologia e ação. É legal para explorar a rivalidade entre
vampiros e lobisomens, o amor proibido entre essas raças, e o nascimento
de uma nova espécie desde o início dos tempos (se vir todos os filmes).
Fica bonitinho na estante e diverte as noites de sábado!
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15. KISS OF THE DAMNEDKiss of The Damned (2013)
Amei tanto esse filme! É recente e conta a atração desesperada entre uma
vampira e um humano, que se permite transformar — sem enrolação — e
passa a conviver nas altas castas sociais vampíricas. Até chegar a irmã
da vampira, a maluca que mata, manipula e provoca sem pensar duas vezes.
Tem fotografia espetacular, um enredo muito bom e figurinos magníficos.
O tema dessa semana no Discípulos de Peter Pan é “férias”, com
postagens para te ajudar a sobreviver e se divertir durante as semanas
em casa. Hoje quis indicar 10 filmes sobre fugir da sociedade, tirando
férias do sistema que nos pressiona a viver de um jeito que não
queremos. Mas será possível fugir? O que a gente perde? O que ganha?
Assista alguns desses 10 filmes e planeje sua próxima aventura — ou
aprenda que a real mudança a partir de fuga está na sua cabeça, pois
mudando a você, o mundo ao redor se transforma também.
Os Reis do Verão (The Kings of Summer, 2013)
Quando dois amigos ficam de saco cheio dos pais e das regrinhas da
sociedade, decidem mudar para a floresta e viverem absolutamente
sozinhos. Outro menino acaba se juntando a eles, que sobrevivem de caça —
ou tentam — e lidam com vários dilemas de que não estão tirando férias
do mundo, mas fugindo dele. Tem cara de filme dos anos 80 mas é de 2013 e
completamente apaixonante, lembrando nosso estilo discípulo de Peter
Pan de ser com estética de escoteiro, figurinos legais e tratando do
crescimento inevitável por qual passamos.
Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller’s Day Off, 1986) Ferris Bueller vai ganhar o próprio rolezinho no próximo sábado — veja o “Rolezinho com Peter Pan” para conhecer a nova coluna do site —, afinal ele é um dos maiores ícones de férias do mundo! Ferris resolve tirar o dia de folga do colégio e inventa que está doente. Com a namorada, sequestra o melhor amigo — junto com a Ferrari do pai dele — e vão curtir o dia numa versão melhorada do “Dolce far niente” porque a vida só se vive uma vez. Clássico da juventude.
Na Natureza Selvagem (Into The Wild, 2007) Assim que McCandless se forma na faculdade, doa todo o dinheiro que tem — pois vem de uma família riquinha — e parte numa aventura esperta para se desligar de todo o materialismo em que foi ensinado a viver e se encontrar no caminho para o Alasca. A história é real e esse filme te tira um pouco da zona de conforto, pois te faz perceber o que realmente importa nessa existência única — como nos “10 momentos para se perguntar por que não?”. Muitas pessoas que assistem a esse filme afirmam que ele as mudou radicalmente por dentro.
Colegas (2012)
Inspirados pelo filme Thelma & Louise, os três protagonistas de Colegas decidem
fugir do instituto para pessoas com Síndrome de Down em que estão e
correr atrás dos sonhos. Esse longa é brasileiro, doce, divertido e
completamente inspirador, daqueles para assistir no fim da tarde com a
família, pois não possui nenhum tipo de apelação imbecil.
Moonrise Kingdom (Moonrise Kingdom, 2012) Quando o escoteiro Sam e a atriz Suzy se apaixonam sem querer, decidem fugir do lugar nenhum em que vivem e passam por todos os desenvolvimentos do amor romântico no meio da aventura! Também fala que se a gente quiser muito uma coisa, precisamos correr atrás dela, mesmo que tenhamos medo das eventuais surpresas. É filme para adultos protagonizado por crianças fantásticas. Falei mais dele no texto “Moonrise Kingdom (2012)”.
Quase Famosos (Almost Famous, 2000)
Quando um adolescente de 15 anos entra para o time da revista Rolling Stone dos
anos 70, precisa acompanhar uma banda pela primeira turnê nos Estados
Unidos, registrando tudo. Fugindo de casa e vivendo o cenário do rock
naquela época, descobre o mundo das drogas, do sexo e da poesia musical
em todas as suas expressões. Vi quando era mais novo e meu sonho era
fugir com a banda Rooney para qualquer lugar do mundo. Quem dera…
Na Estrada (On The Road, 2012)
Essa adaptação de Walter Salles é baseada no livro de mesmo nome por
Jack Kerouac. Conta a história do cara percorrendo os Estados Unidos com
amigos, vivendo o excesso das drogas, dramas, música e dos amores que
não podemos amar. A sensação de liberdade e reflexão nesse aqui explode
tanto quanto Na Natureza Selvagem e minha vontade depois de assistir é pedir carona com uma garrafa barata de vinho na mochila.
A Lenda de Billie Jean (The Legend of Billie Jean, 1985)
A razão de Billie Jean ter fugido da cidade foi por ter sido acusada de
um crime que não cometeu. Lutando pelo que é certo e se transformando no
processo, recebe a atenção da mídia e se torna uma lenda viva para os
jovens dos anos 80. O filme é considerado cult e tem de tudo um pouco,
do drama à ação. As personagens são deliciosas e essa estética vintage
te amarra na cadeira, sem falar que discípulos que querem fugir por
estarem frustrados com as injustiças do cotidiano vão se identificar
bastante.
Férias Frustradas de Verão (Adventureland, 2009)
E aqueles que não têm coragem de chutar o pau da barraca e fugir só com as roupas do corpo? Aos menos radicais só resta planejamento. Férias Frustradas de Verão não
narra nenhuma fuga em si, mas a história de um garoto que tinha planos
para ir à Europa com tudo pago pelos pais, que ficam falidos e dizem que
se ele quiser viajar, vai ter de trabalhar. Ele entra para a equipe de
perdedores do parque de diversões local para juntar dinheiro e meter o
pé da cidade.
Thelma & Louise (Thelma & Louise, 1991) Duas amigas entediadíssimas com a vida que levam planejam férias nas montanhas. Só que quando elas saem da pequena cidade, se metem numa briga de bar que muda todo o destino, as metendo em uma merda após a outra. Fala sobre os revés que passamos sem planejar — e que a vida pode ser uma vadia e homens criaturas muito malditas. No fim, a escolha de viver uma vida pela metade ou a que almejamos termina sendo majoritariamente nossa.
FILMES INDICADOS POR DISCÍPULOS Pedi para que discípulos do Clube dos Discípulos de Peter Pan indicassem filmes no tema “férias e fuga da sociedade”. Eis aqui as indicações:
Onde Vivem os Monstros (Where the Wild Things Are, 2012) O filme conta a história de um menino que se sente largado pela mãe (que tem um novo namorado) e pela irmã mais velha (que tem interesses diferentes do dele). Após brigar com a mãe ele foge de casa, entra num barquinho e vai parar numa floresta diferente. Nesta floresta, rodeado por monstros, ele vira rei para evitar ser comido. Escolhi esse filme porque mostra um modo diferente de fugir, o “fugir com a imaginação”. Além de ser um filme maravilhosamente executado com paisagens lindas, pega o adulto e joga na infância, e depois faz crescer de novo em poucos minutos. Mostra como lidar com nossos próprios problemas (refletidos nas personalidades dos monstros) e se fosse pra definir em uma palavra, a única que vem a cabeça é “amor”. É definitivamente um filme sobre amor no sentido mais puro. “I’ll eat you up, I love you so” ♥ — Fabiano Santiago
A Fita Azul (Electrick Children, 2012)
Rachel vive em uma comunidade religiosa e isolada e crê ter ficado
grávida depois de ter escutado um cassete cor azul, sem ter tido nenhuma
relação sexual. Como ninguém acredita na moça, ela foge em busca da voz
na fita (um ótimo uso da música “Hanging on the Telephone”),
acompanhada de seu irmão e de muita ingenuidade. Ora dando a entender
que a garota engravidou imaculadamente, ora nos fazendo acreditar que
ela possa ter sido vítima de algum abuso por parte de seu padrasto, o
filme nunca deixa clara suas intenções e acaba por perder a oportunidade
de discutir temas mais a fundo. — João Vital
Eu e Você (Io e Te, 2012)
Fala sobre Lorenzo, um garoto um tanto anti-social que resolve ficar
longe do mundo por uma semana. Para isso ele diz à mãe que esta indo com
o colégio numa viagem para as montanhas, só que ele se esconde no porão
do prédio onde mora com tudo que precisa para sobreviver: comida,
livros, música etc. Os planos são estragados quando sua meia-irmã mais
velha, que é uma artista/fotografa viciada em drogas, surge e o
chantageia para que ela possa ficar com ele essa semana. A princípio as
coisas vão mal por ele ser irritantemente anti-social e ela ser
incrivelmente folgada, mas aos poucos, isolados do mundo naquele porão,
vão se aproximando. Amo esse filme e apesar de ser do Bertolucci, não
tem incesto no final.
Tava de saco cheio de tanto trabalho pra fazer. Faculdade consegue te assustar mais no final do período do que qualquer tipo de devaneio sobre ter meu cartucho de Pokémon roubado e minhas recém 200 horas tiradas de mim. Me permiti sentar, comer rosquinhas (ui) e deixar On The Road rodando em 1080p. Acredite: o filme é mais do que Bella Swan pelada. Não li o livro “Pé na Estrada” que deu origem a essa adaptação de Walter Salles. Mesmo se tivesse lido, tenho consciência de que apesar de histórias iguais, a forma de expressá-las é diferente (literatura pra cinema). Assim digo para todos os filmes/séries/games baseados em quadrinhos, livros ou afins. Então analiso esse filme como um filme, separado do livro, e de um ponto de vista técnico totalmente meu, ok?
A entrada do filme é um pouco longa, mas já enche os olhos com a saturação. As cores realmente ditam os tons de sentimento de Na Estrada.
As cores e os ângulos de câmera (de tirar o fôlego quando temos a
perspectiva do passageiro). Mas pra entender melhor, preciso te dizer
que a história passa a acontecer quando o escritor Sal (Sam Riley) perde o pai e, percebendo que a vida perde muito dos sentidos que o prendiam a ele mesmo, acaba se unindo a Dean (Garret Hedlund), um Cazuza dos anos 50, e parte por aí pra experimentar coisas totalmente fora da rotina, sempre com muito sexo, drogas e música (as cenas de dança são espetaculares!).
Algo que me chamou muita atenção foram as personagens de atitudes muito
consistentes e facilmente analisáveis (psicologicamente falando), de
jeitinho subjetivo. Como quando Dean comenta “deve ser bom ter uma família” e há um corte de cena para uma estrada coberta de neve onde um carro voado passa com Dean ao volante. O vazio que o leva a fazer as coisas que faz. Isso é muito bonito, falando de poesia visual. É sensível.
Também me amarrei em como eles dois se envolveram. A amizade forte dá lugar a um tipo de paixão esquisita, que não fica clara mas dá pra sentir o cheiro (acho que a geração beat tem um cheiro muito específico…). No fim do filme dá pra perceber melhor. E adoro como tratam de sexualidade sem tabu nenhum. Às vezes, Dean me deixava triste. Mesmo que Sal dissesse que gostava de pessoas como Dean, que vivem intensamente, que buscam viver com tudo, eu só via uma casca. Uma casca tentando sentir qualquer coisa. Talvez tenha sido isso que Sal quis dizer, afinal. Kristen Stewart tem peitos muito bonitos, obrigado, mas os gemidos… deuses! Ela geme muito mal! Só que vou tirar o chapéu pra garota: ela está maravilhosa. Além de legalmente loira, a mulher é linda até o osso. A fotografia e a iluminação só ajudaram a destacar essa beleza simples dela. Como personagem, Marylou, ela faz bem, é estável. No começo não parece, mas depois… O longa se segura muito bem nisso, em atores de calibre como Viggo Mortensen (que além de mostrar o saco escrotal, mostra que é um ator épico. Sem piadas com O Senhor dos Anéis, por favor) e Kirsten Dunst (que interpreta Camille, esposa de Dean). Dou destaque especial para Amy Adams, que faz a Jane, drogadinha-mãe-de-família-louca-por-lagartixas. Uma característica do uso das drogas bem comentada no começo do filme é a tremedeira nas mãos. Amy, durante toda sua presença em cena, mantém a nível assustador a fidelidade a esse efeito. Dá um doce pra ela, tá, produção?
Acho que é um filme de busca, de correr atrás de qualquer razão, qualquer inspiração, seja pra viver ou escrever um livro. Fala de desapego e dos amores que não podemos amar.
Fala de se afogar em ilusões (hoje muito bem colocadas pela mídia, pela
“vida noturna descolada”, o que filmes desse tipo tentam quebrar em
paradoxo ao apoio que inspiram) pra entorpecer o “nada” da solidão, do
medo de sentir de verdade.
É uma trip, uma viagem exagerada entre dois caras que são opostos, mas que procuram um no outro o que lhes complete. Por isso os atores funcionam muito bem,
por isso o casamento do roteiro com a história brilha: ficou tudo
claro. Dá pra entender, acompanhar, sentir, se excitar, julgar e pegar
um carro pra voar pelas estradas de pureza só pra entender que depois
vamos querer voltar pra casa.
Se não fosse pela instabilidade narrativa (começa bem, fica mais ou
menos, fica ótimo e depois acaba), consideraria um ótimo filme. E me dá
dó não ter colocado o título entre meus favoritos. Mas cumpre proposta e
chega a parecer cult. Que bom que não é.