Sei que ando mais sumido que o Fantasminha, mas estou de volta e seja lá o que Odin quiser.

E nada melhor para voltar com estilo do que falando da série The Boys, fruto da mente mais insana das HQs: Garth Ennis.
The Boys mostra um mundo onde os heróis são extremamente materialistas e egoístas, pensando somente em dinheiro, drogas, poder e sexo, não importando se para isso pessoas inocentes sejam mortas.
A história gira em torno de um grupo de heróis chamado The Boy, que foi criado pela CIA que tem como missão controlar os outros heróis. E se para isso for necessário matar alguns deles, The Boys tem carta branca para fazer o necessário. A equipe é formada por Billy Açougueiro, Huguie Mijão, Francês, a Mulher e Filhinho da Mamãe.
Garth Ennis já tinha demonstrado um certo “descontentamento” (para não dizer que ele realmente não gosta) com as histórias de heróis com o especial A Prô, de 2002, onde uma prostituta de rua ganha superpoderes e se junta a um grupo de heróis que lembra muito a Liga da Justiça.
Em The Boys, Ennis mostra um mundo onde os heróis não são apresentados como salvadores da humanidade, mas sim pessoas que tem seus próprios ideias e não se importam muito com que os outros pensam. E para enganarem o público, contam com grande equipes de marketing, assessoria de imprensa e relações públicas. Sem contar o apoio de uma empresa, que na verdade está manipulando não só os heróis, mas como também a Casa Branca.
Ele também traça uma linha do tempo mostrando como os heróis estiveram envolvidos em vários momentos chaves da história recente, inclusive no atentado de 11 de Setembro.
A violência, as drogas e o sexo também são retratados nesse mundo como coisas normais. E por causa desse quadro pintado por Garth Ennis, The Boys quase morreu na edição 6.
Acontece que a série começou a ser publicada pela WildStorm, que é de propriedade da DC Comics. Mas após a sexta edição, a DC resolveu cancelar a série. Mas como o direito dos personagens pertencia a Ennis, ele conseguiu continuar a publicar no selo Dynamite.
The Boys também teve alguns arcos paralelos, sendo o melhor o Herogasm, uma espécie de retiro que todos os heróis fazem para poder transar sem parar. O mais legal é que para poder despistar o público, eles fingem que todos os heróis do mundo vão enfrentar um mega inimigo que pretende destruir o universo (se você pensou em qualquer mega saga tipo Guerras Secretas ou Invasão, você está certo). Infelizmente The Boy chegou ao fim na edição 72.
Para ler The Boys, você tem que aceitar um novo mundo, que foge dos heróis certinhos que existem por aí e entrar de cabeça na insanidade maravilhosa que somente Garth Ennis consegue produzir.
Aqui no Brasil The Boys teve seus três primeiros arcos publicados pela Devir. E se você der um pulo na lojinha do Cruzador vai encontrar a primeira edição por um preço bem batuta!